O espírito viajante da Eternidade adormece no berço para acordar na sementeira, tanto quanto adormece no túmulo para acordar na colheita.
E o homem que amadurece na experiência terrena suspira por encontrar além da morte, braços amigos que o sustentem na grande romagem para a Divina Luz.
Todavia, cada criatura desperta, depois da morte, na região para a qual dirigiu os próprios passos.
Há quem reabra os olhos na paisagem reconfortante do amor e da alegria, consoante a alegria e o amor que plantou na leira humana, mas também há quem se reconquiste em pleno espinheiro de aflição e sofrimento, segundo a aflição e o sofrimento que espalhou na própria estrada.
Por isso mesmo, é possível observar na própria Terra, a lei de correspondência, pela qual cada um responde pelas próprias obras.
Cada espírito renasce na posição que merece, de acordo com as dívidas ou aquisições a que se ajusta.
Há quem nasça no ódio com que intoxicou o próprio destino, como já quem retoma o corpo com as mesmas feridas que, ontem, estampou na própria alma.
Daí, o impositivo de entendermos na infância, não a estação de irresponsabilidade festiva, mas a hora favorável de abençoada preparação do futuro.
Receberemos, amanhã, na alma confiada às nossas mãos, aquilo que hoje lhe oferecemos.
Nossos filhos no mundo são consciências que gravitam em torno de nossa vida refletindo, agora ou mais tarde, o nosso devotamento ou a nossa deserção.
Não vale iludir a criança com a fantasia do dinheiro ou do privilégio, anestesiando-a na leviandade.
O lar é, antes de tudo, a escola do caráter e, somente quando os responsáveis por ele se entregarem, felizes, ao sacrifício próprio, para a vitória do amor, é que a vida na Terra será realmente de paz e trabalho, crescimento e progresso, porque o homem encontrará na criança as bases justas do programa da redenção.
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